quarta-feira, 25 de abril de 2012

Desabafo.

Não tem sido fácil. E só de pensar que poderia ter sido diferente, que eu poderia ter usado o tão famoso "Remar. Re-amar. Amar." me tira o sono, me embrulha o estômago, me mata por dentro. Com o coração esmagado, a cabeça atordoada e os sentidos parados. Dá pra acreditar que eu fiz isso comigo? Talvez não sofra nem pelo namorado que perdi, mas pelo amigo. Meu melhor amigo. Lembro daquela risada gostosa que ele dava quando ficava empolgado, dos beijos, dos abraços, do jeito que ele me tocava, dos banhos, do amor, quando ele cantava pra eu ficar bem ou até mesmo pra ele esquecer os problemas que eu criava pra gente. Hoje eu me arrependo. Me arrependo de ter repetido varias vezes "e se..." e ter calado o "Sim!". Até as coisas mais banais me lembram ele: minha pasta de dente, minha posição de dormir, uma calcinha, um sofá. Estou cansada. Coloco a música de quando ele forçou a porta do quarto e entrou. A história de algo que já começou fodido porque cresceu demais antes da hora, você que pegue uma lotação e suma daqui. Ok, agora estou chorando. Lembrei que eu me sentia tão viva com você me olhando bem sério e bem no fundo dos olhos e machucando meu braço. Sim, é definitivamente uma recaída e eu acabo de decidir que te amo mais que tudo no universo. Te amo porque ele me ganha nos mínimos detalhes, porque fala o que eu quero ouvir, o que eu não quero ouvir, porque me entende e me decifra de um modo que nem eu mesma sei. Se não fosse a merda dessa insegurança.. Talvez se ela não existisse, eu estaria falando com ele no telefone agora, estaria ouvindo-o de olhos fechados, como se fosse ele sussurrando no meu ouvido... Acredita, varias vezes já cheguei a senti-lo. Eu te imagino, te conserto, eu te faço a cena que eu quiser. Mas não, preferi optar por dar caso encerrado a essa batalha tão dolorosa que é namorar à distancia. Cá estou, perdida nos próprios pensamentos (Será que ele está com alguém? E se estiver? Sei lá, homem sempre tá comendo alguém, né? Do jeito que ele gostava de mim? Claro que não, né?! Chega, chega. Preciso me acalmar. Pra que isso? Se ele estiver com alguém agora, e daí? Terminamos não terminamos? Ele e eu não temos nada a ver, certo? Qual o problema se ele estiver agora, justamente agora, lambendo a virilhazinha de alguma desgraçada? Qual o problema?) Ok, eu posso morrer. Eu definitivamente posso morrer. Então eu ligo pra ele. Ligo pra implorar amor, implorar carinho, implorar por ele de volta com aquele mesmo sorriso bobo que de certo modo, sempre me pertenceu. Eu o ligo, desligo, ligo, desligo. Bebo um copo com água, ligo e tá desligado. Ligo de novo, desligado. Desisto. Entro no Facebook do melhor amigo pra "stalkear". Nenhum post novo, ele me parece muito bem pra quem há uns dias atras me ligou chorando. Vejo varias garotas adicionadas, publicações no mural, marcações em fotos... Como eu queria ter a senha dele de novo e ler cada conversa. Talvez vendo eu consiga acreditar que não tem mais jeito. Ele lá empolgado com a nova vida e eu aqui nadando num mar de mesmice. Depois de um final de semana inteiro de palpitacões, descargas de adrenalina, músicas, textos, amigos, danças, gritos, sensações, assuntos, choros, dores, vida. Agora eu já sei. O que eu nunca vou saber é que nunca mais seremos os mesmos. Talvez eu nunca descubra quantas piranhas ele já comeu ou ficou. Talvez ele nunca saiba o quanto eu o amei e o quanto essa decisão dói em mim.